Caleidoscópio
Da série "Caleidoscópio"  
Vista da exposição  "Caleidoscópio"
Da série "Caleidoscópio"  
Vista da exposição,  "Caleidoscópio"
Vista da exposição,  "Caleidoscópio"
Victor Arruda Galeria 2 - 1º e 2º andar de 01.04.2016 a 04.06.2016
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Além do que vemos

Encontros provocados pela imaginação… as criações de José Damasceno e Victor Arruda, na galeria dotART em Belo Horizonte, nunca foram vistas antes no espaço da galeria. Constituem novos e inesperados arranjos de poesia que emocionam o público que percorre as exposições, surpreendendo em nuances musicais o conjunto de obras exposto aqui e agora.

Esses artistas formam uma maneira de pensar muito especial, que aparece, com clareza, na arte de cada um – a contemporaneidade brasileira é testemunhada pela obra de artistas que rompem com as medidas normativas que moldam nosso presente. Cabe então perguntar: em que somos contemporâneos? Em nosso desejo de desfazer limites, criando moradas existentes a partir de apropriações pouco prováveis, operadas por um pensamento que ousa na experimentação, como os dois artistas aqui nessa mostra. Caminhos diferentes, porém com o mesmo compromisso: a verdadeira maneira de realizar sua arte.

Sendo a arte expressão de um pensamento, em que consiste a sua especificidade? Nela, o pensamento se exprime em uma matéria sensível, ou melhor, no ser do sensível que é sensação. A arte é pensamento conjugado com o sensível, ideia e sensação se conjugam, linguagem e afeto se entrelaçam, sentido e paisagem se unificam. A arte é a linguagem das sensações, e isso sentimos quando olhamos para as obras de José Damasceno e Victor Arruda exibidas aqui na galeria dotART.

Desfrute o raro encontro desses artistas, vamos sonhar!

Wilson Lazaro

Da série "Caleidoscópio"  
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Vista da exposição,  "Caleidoscópio"
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Desde muito jovem desenho obsessivamente, e nem sempre de forma organizada. Na maioria das vezes, quando estou pensando, distraído ou preocupado, outras vezes enquanto converso (horas) pelo telefone com amigos e amigas, etc.

Uso qualquer tipo de papel à minha disposição nesses momentos: folhas de caderno e blocos (em branco ou já com anotações), envelopes, geralmente usados, dos mais diversos tipos; etiquetas, papel de embrulho, etc. Vou criando esses desenhos quase automaticamente, deixando que meu inconsciente se manifeste e, apenas observando sua feitura, vou meio que dirigindo minha mão. Mais tarde os revejo, destruo os que não me parecem interessantes e recorto pedaços que me surpreendem ou simplesmente me divertem. Tenho milhares deles, literalmente. Resolvi escolher algumas imagens para ampliar e pintar em telas. Muitas se repetem, pois também percebi que há signos, cenas, situações recorrentes em meu trabalho.

Resolvi, numa homenagem aos colecionadores, convidá-los a participar de meu processo. Caso aceitem, devem selecionar uma ou mais telas. A primeira pintura escolhida (ou se for a única) tem um preço; se quiser mais uma ou duas ou várias, essas custarão, cada uma, a metade do preço daquela. Há uma razão para isso: suas escolhas formarão um novo conjunto de imagens. Selecionando suas telas, participam, num processo de coautoria, da criação de novas composições definitivas, já que as telas não poderão mais ser separadas, transformando-se numa única obra.