Efrain Almeida
Vista da exposição,    
"29. Bienal de São Paulo"    
"Pouso", 2016  Bronze e óleo  28 x 36 x 20 cm
"Mariposa", 2016  Bronze e acrílica  9 x 11,5 x 3 cm
Efrain Almeida no MAM BA, 2016    
"Cisne negro", 2015  Bronze e acrílica  60 x 30 x 55 cm
   
1 2 3 4 5 6 7

Boa Viagem, Ceará, 1964. Escultor. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1976. Dez anos depois, inicia sua formação artística na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage).

Em 1990, participa de curso no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), e inicia pesquisas com diversos materiais, e escolhe a madeira como matéria-prima principal de seus trabalhos, que são compostos de pequenas esculturas. Nesse mesmo ano, trabalha como ajudante do pintor Hilton Berredo (1954).

Realiza sua primeira exposição individual, Objetos, no Centro Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro, em 1993. Participa da 1ª Bienal do Mercosul, em 1997, e da Bienal Internacional de Buenos Aires, em 2002.

Os trabalhos de Efrain Almeida são constituídos de pequenas esculturas de madeira, objetos produzidos com tecido e aquarelas de tamanhos reduzidos. Em todos eles, o tema é o mesmo: são membros do corpo (pé, mão, cabeça) ou objetos (sacola, vestido, camisa). A influência religiosa, recebida na infância em Boa Viagem, e o imaginário popular nordestino são temas presentes em seus trabalhos, que fazem referência a ex-votos.

As imagens de partes do corpo humano remetem à ideia de ex-voto, tradição religiosa bastante presente na Região Nordeste do Brasil, onde nasce Almeida. Esse elemento atribui aos seus trabalhos um sentido autobiográfico, relacionado a reminiscências da infância, no interior do Ceará. A referência à religião torna-se evidente em trabalhos como São Sebastião (1997), em que escava no tronco de uma árvore os contornos da imagem do santo protetor daqueles que padecem de epidemias.

Também os títulos das obras são informações importantes para a compreensão da poética de Almeida. O Merecedor (1997), e Para Guardar Desejos (1998), são exemplos de como os títulos carregam significados que complementam o sentido das pequenas peças votivas, talhadas com economia de detalhes.

Em aquarela, o artista intensifica o repertório de imagens que parecem necessitar da memória do observador para serem ativadas. É o caso de Pés com Estigmas (2001), cujo desenho, sem marcas de agressividade, traz fortes lembranças religiosas.