Estórias do Jabuti
Vista da exposição,  "Estórias do Jabuti"
"Om Mani Padme Hum"  Na exposição "Estórias do Jabuti"
Vista da exposição,  "Estórias do Jabuti"
"Kuarup",  Na exposição "Estórias do Jabuti"
Regina Vater Galeria 2 - 1º e 2º andar de 29.11.2017 a 06.03.2018
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Toda forma de suspiros…

Em tempos bicudos de avanço da intolerância no mundo, na arte, na vida… esta nossa exposição elege o belo, o amor como resposta; saída, diálogo, intervenção, natureza, delicadeza formam o tema central das mostras apresentadas pelos artistas Regina Vater e Efrain Almeida.

Apresentamos não só o amor, mas o amor muito bem acompanhado pela criação desses artistas. É o amor pela arte, que movimenta artistas e ativistas em busca de ideias e atitudes que possam mudar a sociedade:

“Todo ser em movimento / é perigoso / todo ser que se transforma / incomoda”, escreveu o poeta Paulo Leminski.

É o amor pela arte que faz dos ateliês dos artistas lugares sagrados, onde suas criações despertam para um mundo poético e vivo. Reinventam, com novas formas, novas cores, esse universo chamado Arte – a única coisa que ainda não tem contraindicação. Vamos falar e desfrutar de arte, fazendo você suspirar e se emocionar, dando força e coragem ao novo ano que está para chegar.

Força para toda forma de admirar amor e arte!!!

Vista da exposição,  "Estórias do Jabuti"
"Om Mani Padme Hum"  Na exposição "Estórias do Jabuti"
Vista da exposição,  "Estórias do Jabuti"
"Kuarup",  Na exposição "Estórias do Jabuti"
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Wilson Lazaro Regina, acredito que muitas vezes algumas obras e artistas importantes fiquem esquecidos, ou pouco divulgados/reconhecidos. Quando começo olhar e estudar sua trajetória, fico surpreso… e emocionado, pois vejo como sua obra é interessantíssima e pioneira, como você abriu caminho para arte brasileira fora do país. Como você vê esse momento na sua vida, pois sinto que você não parou de criar e está completamente atual? Como é essa Regina hoje?

Regina Vater Ao Helio Oiticica quando voltou ao Brasil fizeram a mesmíssima pergunta e ele responde: -“Estou apenas começando, só que partindo de um bom começo” EU posso dizer o mesmo.

 

WL De onde vem seu amor por fazer arte verdadeira?

RV Desde pequena eu sabia que queria ser artista. Venho de uma geração que optou pela invenção na arte. Alguns prosseguiram fieis a este chamado e eu acho que posso me incluir neste grupo. Ademais tive o exemplo do meu pai e meu tataravô que fizeram da medicina um sacerdócio.

 

WL Por que a natureza e as questões indígenas e o feminismo estão presentes no seu trabalho? (e faz tempo!). Agora esses temas viraram quase um modismo na arte, como você pensa e age sobre isso?

RV As questões ecológicas me foram ensinadas pelo meu próprio trabalho. Minha Primeira instalação em 70 feita com lixo da/na praia, Minha obra Novaiorquina de 73/74 baseada no poema LUXOLIXO do Augusto de Campos, etc. E meu respeito e admiração pela cultura indígena começo com a minha curiosidade de saber como essa cultura percebia o TEMPO daí toda a minha série YAUTI MARANDUA ou ESTÓRIAS DO JABUTI que são parte de todo um lendário que guarda em si significantes do TEMPO.

As questões feministas embora hoje em dia vez por outra aparecem não tão aparentes em algumas obras acho que elas estavam mais no inicio, nos anos 60 quando eu era mito jovem, nos meus vinte anos. Naquela época estávamos no inicio desta revolução num momento bem agudo e eu entrando numa carreira ainda muito dominada por homens acho que foi inevitável demonstrar a minha insatisfação com o que eu enfrentava. Porém a luta continua. E acho que agora é a hora de injetar sangue novo nestas conquistas;

 

WL Qual o caminho hoje da arte, no seu processo de criação, já que estamos vivendo momentos estranhos no mundo atual?

RV ONTEM, HOJE e espero que a ARTE sempre seja para mim um instrumento de ampliar a consciência do mundo e da existência.