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Vicente de Mello Galeria 1 - 1º andar de 26.10.2019 a 01.03.2020
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Vermelhos Telúricos
Venho referenciando em meu trabalho fotográfico, a questão da topografia como base para a criação de séries temáticas (série Topografia Imaginária 1997-1999).

Na série Vermelhos Telúricos, imagens de paisagens, referências geográficas e monumentos arquitetônicos de diferentes países são ampliadas em diferentes gamas de cor magenta, referenciando a observação da ação da perda dos pigmento, nos filmes de transparência fotográficos e películas cinematográficas (ambos da mesma base), em quase 50 anos, um esmaecimento sofrido pela ação do tempo, onde uma espécie de vermelhidão domina a imagem.

O material base para minha pesquisa foram arquivos de transparências (cartela de slides) da década de 60, amplamente utilizados em aulas de história e geografia, ou como uma cartela de suvenir com as imagens fieis das paisagens, utilizadas em projeções domésticas e nos filmes de cinema da década de 50 a 70 (os históricos “Color by Technicolor”), que perderam todo o seu brilho original, por este desgaste foto-químico.

O vermelho (alteração da cor) é tratado como exterior à imagem, e esta se mantém perene, intocável, suspensa no tempo, intrínseco: a erosão é apenas da cor.

Esta série é um caderno de anotações de viagens com imagens realizadas em diversos países, fotografando sempre com uma câmera Rolleiflex dos anos 50, como registros referentes a velhas imagens de cartões postais, apuradas em seu enquadramento mas não desvinculando-as da propriedade jornalística intrínseca (como as imagens da Time Life e da National Geographic Magazine da década de 50 a 70).

O Título da série vem ao encontro do seguinte conceito: “Vermelhos”, por ser a referência da perda do pigmento original, resultando em vermelho; “Telúricos”, por serem paisagens da terra transformadas por efeitos telúricos (erosão, movimentação de placas), desgastes naturais e temporais que se somam aos efeitos artificiais produzidos pelo homem (desmatamento para pastagem, turismo “ecológico em reservas, construções de falsas paisagens).

Esta proposta se enquadra em um trabalho de cunho político como um tratado poético quanto a uma atmosfera artificial (mais para a atmosfera do planeta Marte) em que as paisagens notórias do planeta Terra podem se tornar.

Vermelhos telúricos elabora um diálogo com a estética fotográfica do passado, somando a uma apropriação cromática que o tempo demonstrou.

Opere
Opere são imagens em negativo de fotografias à plein aire no inverno europeu, quando não há a vibração da luz solar sobre a superfície dos edifícios, deixando-os quase uniformes e monocromáticos.

Esta série surgiu da minha vontade de encontrar uma “cenografia” ideal para minhas óperas prediletas; mais que isso, eu queria uma imagem que, estando ao fundo do palco, resumisse toda a paisagem cenográfica do drama, libertando o ato à frente.

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São Paulo – SP, 1967. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Graduação em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ.

Expôs e pertence aos acervos das seguintes instituições:
Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Espace Photographie Contretype, Bruxelas, Bélgica; Fondation Cartier pour l´art contemporain, Paris, França; Fundação DAROS, Zurique, Suíça; Itaú Cultural, São Paulo; Maison Européenne de la Photographie, Paris, França; MALBA, Buenos Aires, Argentina; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo – MAC / USP; Museu de Arte de São Paulo – MASP – Coleção Pirelli; Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães, Recife; Museu de Arte Moderna de Brasília; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM – RJ; Coleção Joaquim Paiva, Rio de Janeiro; Coleção José Olympio Pereira, São Paulo; Coleção José Roberto de Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; Coleção Lhoist, Bruxelas, Bélgica; SESC, São Paulo.

Em 2018, a série de fotogramas, MONOLUX, é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com a curadoria do poeta Eucanaã Ferraz. O curador Ivo Mesquita conceitua a exposição In Orbit, com fotogramas da série Lapidus e a instalação In orbit, na Galeria Lurixs, Rio de Janeiro – RJ (2018).

Realiza em 2017, para o SESC São Paulo / unidade 24 de maio, projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, o painel permanente de azulejos Pli selon pli.

Em 2015 foi ganhador do Prêmio Centro Cultural Banco do Brasil Contemporâneo, apresentando a instalação Ultramarino. Editou o livro-objeto O Cinematógrafo, através do prêmio Livro de artista da Secretaria Estadual de Cultura do Estado de São Paulo, com produção de Bruno Assami.

Em 2014, lançou o segundo livro sobre a sua obra – Parallaxis, pela Editora Cosac Naify com apresentação de Jean-Luc Monterosso, diretor da MEP/Paris e editado por Charles Cosac e Miguel Del Castillo.

Em 2012, foi o primeiro fotógrafo brasileiro convidado a participar da residência de artista no Espace Photographie Contretype, em Bruxelas, Bélgica. Criou e apresentou a série Silent City, resultado desta residência, em maio de 2013, nas galerias da Contretype e no livro Bruxelles à l’ infini.

Em 2007, foi ganhador do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor exposição de fotografia do ano em São Paulo, na Pinacoteca do Estado com a mostra moiré.galáctica.bestiário / Vicente de Mello – Photographies 1995-2006.

Em 2006 publicou o livro Áspera Imagem, editado pela Aeroplano, edição que acompanhou a exposição itinerante moiré.galáctica.bestiário / Vicente de Mello – Photographies 1995-2006, apresentada na Oi Futuro, Rio de Janeiro e na MEP – Maison Européenne de la Photographie, Paris / França, com curadoria de Jean-Luc Monterroso, diretor da Maison Européenne de la Photographie, e Alberto Saraiva, curador do Oi Futuro.