Pedro Varela
Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição,  individual de Pedro Varela
Pedro Varela Galeria 2 - 1º e 2º andar de 06.10.2016 a 11.11.2016
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Respire fundo, respire!

Desta vez, o encontro das novas exposições na dotART galeria parte da sensação de respirar como emoção, um convite para olhar e admirar uma obra de arte. Juntamos dois artistas que vêm trabalhando o universo da paisagem pitoresca e tropicalista do “universo Brasil”: tanto Pedro Varela quanto Cássio Vasconcellos estão ligados pelo desejo de fazer-nos sonhar com seus horizontes.

Para criar o enredo desse encontro, na Sala pensando vamos exibir dois vídeos de Ana Mendieta, artista que viveu uma experiência ímpar no cenário das artes visuais, realizando em suas obras um desdobramento de importantes questões, como as ações políticas, sociais e feministas na arte. Antes dela, as mulheres não tinham muita “entrada” no mundo da arte performance. Sua obra foi fundamental para que outras pudessem produzir, se organizassem e manifestassem politicamente, “cavando” espaços na arte atual para terem seus trabalhos vistos e reconhecidos. Ana produzia trabalhos mais viscerais, que conduzissem a um olhar para o corpo, seu corpo como extensão da própria natureza, aprofundando a pesquisa em torno da performance como linguagem expressiva.

Com esse prólogo do feminino como “paisagem” de Mendieta, que se apropria, convive e constrói um pensamento e uma ação de natureza política, tanto Pedro quanto Cássio são atravessados por essa temática, que expressam paisagens naturais ou construídas pelos artistas, assim como paisagens culturais re-significadas em imagens fotográficas e pinturas.

As exposições convidam a percorrer trilhas que são capazes de produzir sensações sonoras, revivendo lugares que fizeram parte do convívio dos dois artistas, sejam terra, caminhos ou locais visitados pelos sonhos… O que vamos ver aqui nas exposições de Pedro Varela e Cássio Vasconcellos, são paisagens de luz, com o uso da perspectiva como importante instrumento de representação. Diz-se que é por meio da luz que os dois artistas encontraram um ponto de criação em suas obras, a reação emocional às nuances de luzes e cores em cada obra provoca sentimentos diversos. Há uma relevância na representação de fundos e cenários, para uma nova ilustração de temas históricos, religiosos e poéticos… Esses atuais paisagistas, Cássio e Pedro, se encontram, não por acaso, e são convidados a respirar nessa cidade nomeada “Belo Horizonte”. Respire fundo… também!

Wilson Lazaro

Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição  individual de Pedro Varela
Vista da exposição,  individual de Pedro Varela
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Na primeira individual em Belo Horizonte, Pedro Varela apresenta um conjunto de pinturas e uma instalação feita com vinil adesivo que continua a desenvolver um universo tropical, ora imaginário ora baseado em referências reais. As pinturas apresentam um conjunto de plantas, mas no meio do emaranhado de flores, folhas, galhos e troncos surgem pequenas figuras e elementos que se relacionam de diferentes maneiras com os trópicos. São recortes apropriados da história da arte, personagens anônimos e famosos da história, estereótipos, clichês e referências da cultura popular. Todos entram como “personagens conceituais” carregados de significados relacionados ao universo tropical.

Com estes trabalhos, o artista pretende pensar uma ideia de identidade dos trópicos, assumindo estereótipos, mas também buscando figuras esquecidas ou marginalizadas. O guerreiro Tupinambá Cunhambebe pode aparecer ao lado de Zé Carioca, uma pirâmide Maya pode aparecer ao lado de uma igreja do Guignard. Os trabalhos são todos em nuances de preto sobre branco e branco sobre preto. O uso destas cores não é um mero recurso gráfico ou puramente estético, mas uma forma poética de questionar a percepção que temos sobre os trópicos.

Nesta exposição para a dotART galeria, são apresentadas aproximadamente 8 telas de diferentes formatos, e colagem de vinil adesivo preto que se espalha pela vitrine e pelas paredes da galeria